Data: 27/04/2024

Produtores de MS investem em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa


Com o selo de zona livre de febre aftosa, o setor espera ter uma economia direta de R$ 2,2 bilhões por ano. Produtores de gado de MS apostam na tecnologia para garantir selo de qualidade No Centro-oeste do Brasil, produtores de Mato Grosso do Sul estão investindo em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação. Uma boiada vai ser monitorada pela Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul, a IAGRO, da fazenda até o frigorífico. "Se a IAGRO parar a gente, eles vão puxar no tablet deles ou no computador e vai aparecer que a gente fez no aplicativo da IAGRO e o gado já está sendo monitorado", explica o motorista Isaías Soares Lima. Tudo é acompanhado de uma central para garantir que o gado esteja livre de qualquer possibilidade de contaminação. "O animal saiu, foi embarcado em tal momento, em tal lugar, e depois ele foi até o seu destino. Tem todo o roteiro onde ele passou. Se caso ele tiver fora desse roteiro, automaticamente, você tem uma ação que você pode tomar em relação a isso", explica Daniel Ingold, diretor da IAGRO. Se o motorista desviar do trajeto, um sinal é emitido na central de monitoramento e a equipe volante da IAGRO que estiver mais perto do local é acionada para abordar o caminhoneiro na rodovia. Uma média de 300 caminhões são fiscalizados por dia no estado. A atenção é ainda maior nas regiões de fronteira. "Nós ampliamos e intensificamos a fiscalização nas fronteiras com a Bolívia e com o Paraguai, porque são países que ainda não são declarados livres de aftosa sem vacinação", afirma o fiscal Fábio Nantes. Produtores de MS investem em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa Reprodução/TV Globo Foi investindo em cuidados mais rigorosos que Mato Grosso do Sul e mais 16 estados foram reconhecidos como zona livre da febre aftosa sem vacinação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, um quadro bem diferente do enfrentado em 2005, por exemplo, quando um surto de febre aftosa no estado abalou a economia brasileira. Milhares de animais foram sacrificados, vários países proibiram a importação de carne do Brasil. O setor só se recuperou três anos depois. Agora, com o selo de zona livre de febre aftosa, o setor espera ter uma economia direta de R$ 2,2 bilhões por ano. "Nós temos uma redução de custos com a própria vacina, embora não seja o grande fator. O grande fator justamente é o deslocamento do rebanho para aplicação dessa vacina", ressalta Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro. "Economiza tempo, economiza trabalho, economiza dinheiro. É um trabalho que ocupa aí 30 dias às vezes e está toda a equipe só fazendo uma vacina", festeja o produtor rural Hélio Lima. País da pecuária bovina O Brasil é o principal exportador de carne bovina do mundo. A projeção para 2024 é que o país embarque 2,85 milhões de toneladas de proteína. A meta do Ministério da Agricultura é tornar todo o país livre de febre aftosa sem vacinação até 2026 e, com isso, conquistar novos mercados. “Aumenta a vitrine, a gente tem o nosso produto credenciado, devidamente rastreado, devidamente certificado. Os mercados sabem dessa importância, então nós vamos ficar com diálogo, com um relacionamento, com o comércio mais perto da gente com os melhores mercados”, fala o superintendente do ministério em Mato Grosso do Sul, José Antônio Roldão. Na fazenda do Hélio Lima, em Campo Grande, a última vacinação contra a febre aftosa foi há 10 meses e não deve se repetir. “Isso foi muito importante porque economiza tempo, economiza trabalho, economiza dinheiro. É um trabalho que ocupa até 30 dias com toda a equipe só fazendo uma vacina”, conta. LEIA TAMBÉM: Vacinação contra febre aftosa acaba este mês e não será prorrogada no AM, alerta Adaf Proposta de reforma tributária prevê sorteios em dinheiro para quem pedir nota fiscal Número de brasileiros com problemas de pressão alta foi recorde em 2023, aponta levantamento